07/12/2010

A Fogueira dos Vampiros

CRÔNICA

            Título: A Fogueira dos Vampiros

Meus vampiros,...
Está na hora...
Vamos lamber toda a panela.
Os outros que se danem...

Orienta, em voz alta, o comandante Defunto, acrescentando.
Neste banquete, estão de fora   todos quantos gritam pelo socorro.Não importa quem.
Enquanto o comandante Defunto orienta, os gritos angustiantes ensurdecem sem cessar.

Ai minha mãe... Ai meu pai...  chora  desesperado o órfão. E acrescenta: se os meus pais estivessem vivos, eu não estaria a sofrer assim...
Se  é verdade ou mentira, sabe Deus!...

Uauéééé´... meu maridoéééé´... chora angustiada a viúva. E acrescenta: se o meu marido estivesse vivo, eu não estaria a padecer assim criando, sozinha, os filhos. 
Se  é verdade ou mentira, sabe Deus!...

Hummmm... Este sofrimento é demais!... Delira frustrado, o deficiente físico de guerra. E acrescenta: se eu não cumprisse o meu dever patriótico hoje não seria deficiente e com dificuldades de sobrevivência. Replica o outro: Se eu não nascesse deficiente, talvez tivesse possibilidades de trabalhar!...
Se é verdade ou mentira, sabe Deus!...  

Hahahahaaaa... Boceja o idoso esfomeado. E acrescenta: se eu tivesse força para trabalhar teria dinheiro para diversificar a minha dieta alimentar e morreria feliz.
Se é verdade ou mentira, sabe Deus!...

Enquanto isso, a dança continua à volta da fogueira dos vampiros. O comandante Defunto continua a orientar em voz alta:
Meus vampiros,...
Está na hora...
Vamos lamber toda a panela.
Os outros que se danem...

No fim, os anjos, como nada podem fazer, vão balbuciando: Éééé...Continuem a lamber toda a panela porque um dia!... hummm... vamos ver quem é quem.
Deus sabe tudo.                                                                               
Deus vê tudo.
Quando Ele reagir vai apagar a fogueira dos vampiros. Vai mandar para o “arquivo dos mortos” o comandante Defunto e seus vampiros.
Nessa altura, os filhos de Deus cantarão com entusiasmo: Aleluiaaaa.....
                                                                                              Amen...
                                                          
 Domingos Francisco Fingo

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