16/08/2013

JOVEM DE RUA É ENTERRADO DEPOIS DE MUITOS DIAS NA MORGUE



A 9 de Agosto de 2013, foi a enterrar José Polinário, jovem sem abrigo e morador numa das “paradas” do Lobito. O enterro teve lugar no cemitério junto ao B.º do Ténis, zona alta do Lobito.

O facto de publicarmos esta informação tem a ver com o prolongado tempo que decorreu desde a confirmação do corpo até ao enterro.

Como tem sido hábito, sempre que existem cadáveres no hospital do Lobito, sem documentos e sem reconhecimento por familiares, os responsáveis pela morgue contactam a OMUNGA para que esta associação possa reconhecer enquanto possível “sem abrigo”.

Foi assim que a 24 de Julho a coordenadora da Área Ekwatisso, OMUNGA, Nilza Sebastião, reconheceu o cadáver como sendo o José Polinário, em que a causa da morte foi “tuberculose pulmonar, recaída, paragem insuficiência cardio respiratória crónica. Procedeu aos passos normais. Informou-se a área social da Administração municipal do Lobito para que efectuasse de forma a realizar-se o enterro condignamente.

Lembramos que em situações destas em que o defunto é considerado “indigente”, é responsabilidade da Administração organizar de forma gratuita, as condições de enterro. Isto refere-se à emissão do Boletim de Óbito, a obtenção do caixão, transporte e o espaço num dos cemitérios. Infelizmente tais passos não foram dados pela Administração.

Passada uma semana, os responsáveis da casa mortuária voltaram a contactar a OMUNGA preocupados com o facto de que o cadáver continuava na morgue.

A OMUNGA voltou a fazer todos os contactos de forma a pressionar a Administração e é assim que o enterro apenas ocorreu a 9 de Agosto, depois de cerca de 15 dias do reconhecimento do corpo.

A OMUNGA demonstra assim a sua preocupação e espera que tais casos não voltem a acontecer já que põem em causa o respeito pela dignidade humana.

As imagens são de Manuel Daniel.







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