10/03/2015

POPULAÇÃO DE VIMBALAMBE PREOCUPADA COM FALTA DE TRANSPARÊNCIA EM PROGRAMA DE ELECTRIFICAÇÃO


A corrupção, e a falta de clareza são as principais causas que põem a população preocupada.

Segundo os moradores, em Novembro de 2012, criou-se uma comissão, para gerir o sector energético da comuna do Gama, onde envolve vários bairros incluindo o Vimbalambe. Depois de criada a Comissão, os seus membros sentaram-se com a população com a proposta de cada casa contribuir com um valor de cento e quarenta mil kwanzas (140 000), para a construção de 4 cabines eléctricas, com a proposta de que a área teria corrente eléctrica, um mês depois de todos acabarem de pagar. Dos 140 mil kwanzas, concordou-se que cada casa pagaria apenas 40 mil kwanzas.

Depois de algumas pessoas fazerem o pagamento, no final de 2014, apresentaram à comunidade 4 cabines eléctrica, sem nenhum instrumento, segundo os nossos entrevistados, desde o princípio das obras desconfiavam que as coisas não estavam a correr bem.

Depois da construção das cabines, no principio de 2015, mandaram 4 pontos de transformação (4 PTs), mas devido às desconfianças, e pelo valor que lhes fora cobrado, eles não sabem se aquelas peças são do governo ou privadas, e o Soba Restino diz que também não sabe de nada porque o administrador comunal do Gama e o soba Nicolau, entram na área dele sem o seu consentimento.

No dia 31 de Janeiro de 2015, o soba Restino convocou uma reunião à comissão de gestão do sector energético do Gama, mas na reunião, os responsáveis não apresentaram um plano de gestão, não apresentaram contas à comunidade, nem falaram sobre os quatro PTs, pelo contrário, insistiam para a comunidade pagar os 40 mil kwanzas, em que o depósito destes valores tinha que ser na conta do soba Nicolau. Quando a comunidade questionava se o trabalho é privado ou do governo, eles só respondiam que aquilo tudo é trabalho do estado.

Se o trabalho está a ser feito pelo estado, porquê o valor da contribuição tem que ser depositado na conta bancária do soba Nicolau?

O soba Restino diz que a administradora municipal da Catumbela não tem conhecimento desta situação, porque se tivesse não permitiria que os valores fossem depositados na conta de um soba. Diz ainda que existe uma grande aliança entre o soba e o administrador do Gama com o nome de Manuel Rita Gaspar, que inclusive já o ameaçou de prisão se continuasse a defender o povo, e desde que começou esta aliança, muita coisa foi alterada naquele local contribuído ainda com uma grande desordem, corrupção e desrespeito contra a comunidade. Dois exemplos destas violações são: a usurpação ilegal de terras que o procurador João Carlos praticou contra militares de inatividade temporária com a ajuda do administrador comunal do Gama e do secúlo Nicolau que até ao momento ainda não foi resolvido;  e a usurpação ilegal do local que foi projetado como praça, que o senhor João Neves, (militar dos serviços prisionais de Benguela com a patente de primeiro sargento) fez com a ajuda dos dois dirigentes máximos do Gama.

Já o soba Nicolau, que rege a outra parte do Vimbalambe, diz que tudo aquilo que os moradores afirmam não passa de uma grande mentira, que tudo está a ser feito como planeado anteriormente, não existe nenhuma conta bancária pessoal pois os valores estão a ser enviados directamente na conta da administração; alega também ser o único soba do Vimbalambe.

O bairro Vimbalambe já existia, mas agora,  é o soba Restino que controla a área sul, e a área Norte pelo soba Nicolau, com a divisão a partir da unidade. Antes do senhor Nicolau ser soba, era o primeiro secretário do soba Restino, e tinha princípios de proteger a comunidade mas agora se uniu ao administrador Manuel Rita Gaspar, e perdeu os seus princípios.


Outro problema que enfrenta aquele bairro é o do mercado informal, que anteriormente a administração cedeu-lhes um local para tais actividades, mas depois apareceu um senhor, funcionário dos serviços prisionais de Benguela com o nome de João Neves, e usurpou ilegalmente o espaço. Como a confusão era tanta, a administração cedeu aos vendedores, um outro local temporário enquanto resolviam a situação do antigo, mas até ao momento nada foi reslvido e o senhor João Neves já vendeu boa parte do terreno.

Reportagem de Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio

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